Quando em 1956, o até então prestigiado investigador Marion King Hubbert previu que o pico global da exploração petrolífera iria acontecer aproximadamente cinquenta anos depois, ninguém o quis levar a sério. A comunidade científica ridicularizou-o e votou-o ao ostracismo e os políticos, inebriados numa orgia de crescimento económico desregrado, esqueceram por completo que estavam a lidar com um recurso natural não renovável o qual, mais tarde ou mais cedo, viria inevitavelmente a esgotar-se.
Infelizmente Hubbert não se enganou e, embora não haja uma unanimidade total em relação ao preciso momento da sua ocorrência, todos reconhecem que o pico do petróleo está a acontecer. As suas consequências começam a ser demasiado evidentes e dramáticas para as ignorarmos.
A era do petróleo barato acabou. A partir de agora as reservas caminham para uma inexorável depleção e o preço do crude não mais deixará de subir.
Em consequência disso, instalou-se a paranóia da corrida aos biocombustíveis, cuja produção e utilização está longe de ser isenta de riscos ambientais e sociais. Primeiro, porque parecem ser ainda mais poluentes que o petróleo; segundo, porque poderão levar a uma redução da área de cultivo dos bens alimentares, com a consequente diminuição da sua produção e o inevitável aumento do seu preço.
Se não se arrepiar urgentemente caminho, a humanidade pode estar à beira de uma tragédia de dimensões incalculáveis. Isso explica que o FMI, um dos sustentáculos da ordem mundial capitalista, venha agora alertar para os perigos duma situação a que o capitalismo ultra-liberal e sem escrúpulos não é, de forma alguma, alheio. Quem diria?!…
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