segunda-feira, janeiro 23, 2006

Perdemos uma batalha! O combate continua!…

A Direita elegeu o seu candidato à presidência da República, à primeira volta, por uma reduzida margem de 0,6 por cento dos votos validamente expressos, ou seja, por pouco mais de escassos 30 000 eleitores, num universo de mais de 8 800 000! Perder assim dói mas, em democracia, por um voto se ganha e por um voto se perde. Há que levantar a cabeça e olhar em frente! E, sobretudo, perceber como é que isto foi possível!…

Manuel Alegre, com os seus 20,7 por cento de votos e o seu segundo lugar destacado, não passou à segunda volta, como nós tanto desejávamos. Já não será o Presidente da República com que nós tanto sonhámos. Mas não foi por causa dele que a Esquerda foi derrotada. A sua candidatura, contrariamente ao que os dirigentes do PS pretendem, não dividiu a Esquerda, antes lhe adicionou muitos votos, grande parte dos quais, se ele não se tivesse candidatado, resultaria certamente em abstenção ou em votos brancos/nulos. Além do mais, a sua candidatura, livre e independente, mostrou que há mais vida democrática para além do espaço partidário. E revelou o poder dos cidadãos e a necessidade de reinventar a Esquerda.

A Jerónimo de Sousa (8,6%), que conseguiu segurar o eleitorado comunista, a Francisco Louça (5,3%), um pouco abaixo do resultado do Bloco de Esquerda e a Garcia Pereira (0,4%), residual, também não podem ser assacadas responsabilidades pela vitória de Cavaco Silva.

As razões do fracasso da Esquerda têm de ser imputadas à candidatura de Mário Soares. O candidato apoiado pelo PS, que não conseguiu segurar uma significativa percentagem de eleitores que votaram neste partido, nas legislativas, e que agora se terão abstido, ficou-se pelos 14,3 por cento. Era inevitável! Sócrates escolheu-o para perder, porque prefere "governar" com Cavaco em Belém. Deste modo, maquiavelicamente, livrava-se de uma só vez do "patriarca" e de Manuel Alegre. Jogada de "génio", se Alegre tivesse ficado abaixo de Soares! Assim, talvez o tiro lhe tenha saído pela culatra!…

2 comentários:

  1. Foi pena. Mas foi o distrito do Porto que inviabilizou a existência da 2ª volta. Qualquer coisa correu mal aí ...

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  2. estive até ao último momento de maleta pronta e lugar no aviao assegurado. Mantive sempre a ténue esperanca de um acordo de bom senso, mas bom senso é termo que no nosso País parece ter deixado de existir.

    Voltarei, assim, na data prevista para um Kavaquistao governado por um imbecil!

    E assim se confirma que viver numa casa ocupada por um fillho que bateu na mae, nao augura nada de bom.

    Um beijo triste, e desanimado, ainda que carinhoso.

    titas

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