terça-feira, fevereiro 21, 2006

O emprego volátil

Os fiéis do neo-liberalismo e da sacrossanta liberdade de mercado afinal não têm razões para se andarem sempre a queixar da alegada rigidez da lei laboral portuguesa.
Parece que a criatividade dos empresários nacionais, bem conhecida na arte da fraude e evasão fiscais e do branqueamento de capitais, consegue, com igual engenho e mestria, flexibilizar o mercado de trabalho, recorrendo sobretudo a contratos a prazo, contratos de prestação de serviços ou recibos verdes, para recrutar novos trabalhadores.

Com efeito, em 2004 e 2005, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, só 29 por cento dos trabalhadores lograram obter um contrato efectivo, enquanto os restantes 71 por cento não conseguiram melhor que um contrato temporário ou de prestação de serviços, com a agravante do vínculo laboral destes trabalhadores ser de tal modo precário que cerca de 40 por cento acabam por ficar desempregados no final dos contratos, enquanto apenas 10 por cento conseguem passar para os quadros. SIC Online

1 comentário:

  1. Retirando as empresas descartáveis, que essas não interessam, não é compreensível que depois do que se investiu na formação e na educação de um trabalhador, esse depois seja jogado fora como se nada se tivesse passado.
    O que se passa é muito grave porque para além da formação que não oferecem, do estabelecimento de vários contratos não vinculativo à partida, só revela a falta de visão dos nossos empresários. Estes vão ter os dias contados quando o sua estratégia de redução de custo for esmagada pela vaga do oriente e do leste. Aos trabalhadores resta apenas não desistirem e criar alternativas, como por exemplo serem empresários de si próprios, e não ficarem passivamente à espera no centro de emprego (que para mim é mais um centro de desemprego).

    Meu Portugal, já é tempo de efectuares uma operação à miopia dos nosso empresários, e garantires o fim desta informalidade (fuga aos cumprimentos fiscais e sociais) que assola este país. E já agora peço também, mais uma vez, porque nunca é demais, sei lá talvez em 2020, 90% acabe o 12º ano, eu sei que estou a pedir muito, mas sabes o tempo urge, e a terra não pára de rodar.

    Ab.
    Humberto

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