Não é com radicalismos, de ambas as partes, que estes assuntos se resolvem. Não aprecio nem um lado nem outro. Se por um lado os EUA sabem e querem "conquistar" o mercado emergente da américa latina, por outro, a Venezuela passou e poderá vir a passar por mais um conjunto de crises política e sociais à custa de decisões extremas do seu presidente.
Cada vez mais temos de ser radicais: procurar a raiz dos problemas e resolvê-los radicalmente. Porque o tempo urge! A minha admiração por Chavez, socialista, católico e democraticamente eleito, por muito que isso custe a muitos "democratas", não significa que defenda que o "modelo venezuelano" fosse o melhor para nós. Cada país tem de procurar o seu caminho. Mas ele põe em prática os princípios em que acredito: o desenvolvimento sustentado, a justiça social a solidariedade, a paz (mesmo para com os povos cujos líderes têm a desfaçatez de o enxovalhar cobardemente) quando eles, sim, tudo têm feito para manter uma (des)ordem mundial alicerçada no poderio ilimitado do capital e na força prepotente das armas, que está a conduzir a humanidade para um cenário de miséria em massa e de nova e mais refinada escravatura. Pobres tontos! Não entendem nada de história! Não percebem que todos os "impérios" têm um fim! E o deles já esteve mais distante: os Chineses — não que isso me agrade — já vêm aí!
Para atacar a raiz dos problemas não é necessariamente obrigatório sermos radicais, basta alguma inteligência e MUITA vontade. Radicalismo não é solução, ainda mais porque daí a entrar em extremismos é um passo, veja-se o que se está a passar por causa dos cartoons nórdicos sobre o profeta Maomé. Contudo não me posso orientar por um país, que à semelhança da grande parte dos países da américa latina são dos piores em termos justiça social, qual desenvolvimento sustentado. "Nenhum país é uma ilha" (tirando Cuba, é claro, que dessa nem dados temos) e a Venezuela viu o investimento e o capital estrangeiro a fugir, claro que as consequências, essas ficaram. Agora é claro que este presidente não dá jeito nenhum aos EUA, vai ser mais dificil negociar, mas isso é um problema dos dois. Mas levantou aí a chegada do império chinês, esse sim preocupante. O que se passa hoje na china é chocante, aquele império está a crescer completamente desiquilibrado.
Deixo aqui dois excertos retirados de uma leitura recente do Le Monde Diplomatique deste mês: "Pequim. Entre o terceiro e o quarto periférico,a nordeste. A unidade 798. Um belo conjunto de edifícios em tijolo vermelho, no estilo Bauhaus, onde se vêm galerias vanguardistas, restaurantes de moda e lojas chiques. Antes de ser um sítio em voga esta antiga "danwei" (grande esmpresa estatal), concebida em 1957 por especialistas da alemanha de Leste em nome da "solidariedade socialista" e cuja àrea abarca quase um quilómetro , empregava cerca de 20 000 operários na produção de armamento chinês. Era no tempo em que as grandes empresas tinham os seus próprios alojamentos, escolas, centros de saúde, teatro, ... ... Desde então a reforma económica passou por aqui ... ... as fábricas abandonadas iam-se tranquilamente enferrujando quando às tantas um punhado de artistas em ruptura decidiu refugiar-se ali.... ... Os dirigentes comunistas acabaram por os tolerar e agora até apoiam esta comunidade de artistas ameaçada - porque o grupo Qi Xing, que entretanto adquiriu o espaço, pretende por toda a gente de lá para fora para constrtuir um "parque tecnológico" mais rentável. A trezentos quilómetros dali, muito perto de Chendge e do seu palácio imperial de Verão, a fábrica de aço da Cheng Chang não desapareceu na tormenta. Os assalariados que servem de cicerones com prévia autorização do secretário do PCC mostram-se muitos orgulhosos dela. Foi com o aço ali fabricado que se construiu a "Pérola Oriental", torre de televisão, símbolo da Xangai moderna ... ... Afora alguns técnicos de controlo que se encontram nas plataformas, os assalariados ficam dentro de cabinas agarrados a um computador. É uma fábrica ultramoderna. Basta porém andarmos umas centenas de metros para entrarmos de novo no sec. XIX, vendo-nos perante equipamentos enferrujados e às sacudidelas no meio de uma poeira acinzentada. É impossível visitar-mos este inferno - "não seria bom para a vossa saúde", garante o assalariado que nos guia - mas vemos trabalhadores a manipular sem luvas materiais muito poluentes ..."
1. Ser radical significa "defender reformas profundas, essenciais, fundamentais". E, se for necessário, a revolução. Por muito que os defensores do status quo não queiram, a História também tem sido feita com revoluções. Não confundir com o radicalismo — já Lenine o condenava! — que serve apenas de pretexto aos defensores da ordem instalada para esmagarem os movimentos que reclamam um mundo mais justo e solidário…
2. Compreendo que não queiras orientar-te pelo "modelo venezuelano" porque eu próprio, como deves ter lido, defendo que "cada país tem de procurar o seu caminho". Agora dizeres que a Venezuela "chavista" é um país "dos piores em termos de justiça social" é apenas uma opinião subjectiva e de intenção duvidosa e o remate "qual desenvolvimento sustentado" é, no mínimo, revelador de um desprezo intelectual que eu não aceito (sei bem o que é "desenvolvimento sustentado"). Em todo o caso, talvez prefiras o modelo neo-liberal americano, com os seus 4,5% de crescimento, à custa de uma legião de 15 milhões de desempregados, uma dívida externa galáctica de mais de 8 000 triliões de dólares, um défice comercial gigantesco superior a 650 milhões de dólares e uma repartição do rendimento das mais injustas (comparável com a nossa, que é a pior da UE25).
3. Já agora, escusavas de "bater" mais em Cuba! Já chega a maldade que os filhos-da-puta — não consigo falar de outra forma quando vejo "tanta raiva andar à solta" — dos sucessivos governos americanos lhe têm feito, em particular, desde 1962 , com o bloqueio, e mais recentemente, com a famigerada lei Helms-Burton, que pressiona empresas de outros países a fazerem o mesmo. E não me venhas com essa de que, de Cuba, nem dados temos. Não é verdade; existem sim senhor, na ONU e nas suas agências e outros organismos internacionais. Talvez não tenhas tenpo de procurá-los, agora o que não é é cientifica e eticamente aceitável "mandar bocas". De resto, "não havendo" dados sobre Cuba, não percebo como é que empresários portugueses, como acontece com o nosso conterrâneo da Fapricela, lá investem e criam "joint-ventures". Devem ser loucos, às tantas…
4. "é claro que este presidente não dá jeito nenhum aos EUA"??? Pôrra, meu amigo! Vês sempre o filme ao contrário!… George Bush e a sua Administração (mais do que qualquer outra) — tivesse o democrata Al Gore, que há seis anos foi roubado indecentemente na contagem dos votos, sido empossado presidente dos EUA e o mundo estaria hoje seguramente melhor — George Bush e a sua Administração, como dizia, é que "não dão jeito nenhum" a ninguém: à Venezuela, a Cuba, ao Brasil, à Argentina, ao Chile, à Europa, à África, ao Médio Oriente, ao… Mundo. Faz pura e simplesmente o que lhe apetece: o Direito Internacional, o Tribunal Penal Internacional, o Protocolo de Quioto, é tudo para os outros.
5. Não aceito nenhum tipo de imperialismo. Nem o defunto social-imperialismo soviético, nem o imperialismo americano, que não é menos preocupante e tem sido bem mais devastador que o emergente "imperialismo" chinês, que também não aceitarei, de forma alguma. O mundo seria bem melhor com nações soberanas que, se não fossem solidárias, pelo menos, se respeitassem. Podes crer!
Só para que não restem dúvidas de que existem dados a revelar a exígua justiça social que existe nos países da américa latina ver HDI Tabela 15
Caro Maio eu não apoio, com já referi, as acções e respostas do EUA, apenas tento colocar-me no papel de cada um para tentar compreender as ideias e decisões tomadas por ambos. Agora temos de ser imparciais na análise por muito que nos custe. É um facto Chavez é um líder nacionalista e populista que se não tiver cuidado com as negociações que fizer pode ter novamente trazer consequências económicas desastrosas para o país. Ele tem de se libertar é do pensamento, e de encontrar novas formas de progredirem no seu desenvolvimento. Um dia o petróleo vai-se e os EUA terão que ir antecipadamente ter com o Canadá junto das nova fonte de petróleo - as areias petrolíferas ao que parece garantem petróleo por mais umas dezenas valentes de anos.
Desculpa. O meu computador não anda bom. Comeu o resto do meu comentário :-( Dizia que me irritava solenemente chamarem populista a um homem que toma medidas que visam a diminuição da pobresa do seu povo.
Não é com radicalismos, de ambas as partes, que estes assuntos se resolvem. Não aprecio nem um lado nem outro. Se por um lado os EUA sabem e querem "conquistar" o mercado emergente da américa latina, por outro, a Venezuela passou e poderá vir a passar por mais um conjunto de crises política e sociais à custa de decisões extremas do seu presidente.
ResponderEliminarOs EUA e a crise na Venezuela
Caro humberto_neves
ResponderEliminarCada vez mais temos de ser radicais: procurar a raiz dos problemas e resolvê-los radicalmente. Porque o tempo urge!
A minha admiração por Chavez, socialista, católico e democraticamente eleito, por muito que isso custe a muitos "democratas", não significa que defenda que o "modelo venezuelano" fosse o melhor para nós. Cada país tem de procurar o seu caminho. Mas ele põe em prática os princípios em que acredito: o desenvolvimento sustentado, a justiça social a solidariedade, a paz (mesmo para com os povos cujos líderes têm a desfaçatez de o enxovalhar cobardemente) quando eles, sim, tudo têm feito para manter uma (des)ordem mundial alicerçada no poderio ilimitado do capital e na força prepotente das armas, que está a conduzir a humanidade para um cenário de miséria em massa e de nova e mais refinada escravatura.
Pobres tontos! Não entendem nada de história! Não percebem que todos os "impérios" têm um fim! E o deles já esteve mais distante: os Chineses — não que isso me agrade — já vêm aí!
Amigo Maio,
ResponderEliminarPara atacar a raiz dos problemas não é necessariamente obrigatório sermos radicais, basta alguma inteligência e MUITA vontade. Radicalismo não é solução, ainda mais porque daí a entrar em extremismos é um passo, veja-se o que se está a passar por causa dos cartoons nórdicos sobre o profeta Maomé. Contudo não me posso orientar por um país, que à semelhança da grande parte dos países da américa latina são dos piores em termos justiça social, qual desenvolvimento sustentado.
"Nenhum país é uma ilha" (tirando Cuba, é claro, que dessa nem dados temos) e a Venezuela viu o investimento e o capital estrangeiro a fugir, claro que as consequências, essas ficaram.
Agora é claro que este presidente não dá jeito nenhum aos EUA, vai ser mais dificil negociar, mas isso é um problema dos dois.
Mas levantou aí a chegada do império chinês, esse sim preocupante. O que se passa hoje na china é chocante, aquele império está a crescer completamente desiquilibrado.
Deixo aqui dois excertos retirados de uma leitura recente do Le Monde Diplomatique deste mês:
"Pequim. Entre o terceiro e o quarto periférico,a nordeste. A unidade 798. Um belo conjunto de edifícios em tijolo vermelho, no estilo Bauhaus, onde se vêm galerias vanguardistas, restaurantes de moda e lojas chiques. Antes de ser um sítio em voga esta antiga "danwei" (grande esmpresa estatal), concebida em 1957 por especialistas da alemanha de Leste em nome da "solidariedade socialista" e cuja àrea abarca quase um quilómetro , empregava cerca de 20 000 operários na produção de armamento chinês. Era no tempo em que as grandes empresas tinham os seus próprios alojamentos, escolas, centros de saúde, teatro, ...
... Desde então a reforma económica passou por aqui ...
... as fábricas abandonadas iam-se tranquilamente enferrujando quando às tantas um punhado de artistas em ruptura decidiu refugiar-se ali....
... Os dirigentes comunistas acabaram por os tolerar e agora até apoiam esta comunidade de artistas ameaçada - porque o grupo Qi Xing, que entretanto adquiriu o espaço, pretende por toda a gente de lá para fora para constrtuir um "parque tecnológico" mais rentável.
A trezentos quilómetros dali, muito perto de Chendge e do seu palácio imperial de Verão, a fábrica de aço da Cheng Chang não desapareceu na tormenta. Os assalariados que servem de cicerones com prévia autorização do secretário do PCC mostram-se muitos orgulhosos dela. Foi com o aço ali fabricado que se construiu a "Pérola Oriental", torre de televisão, símbolo da Xangai moderna ...
...
Afora alguns técnicos de controlo que se encontram nas plataformas, os assalariados ficam dentro de cabinas agarrados a um computador. É uma fábrica ultramoderna. Basta porém andarmos umas centenas de metros para entrarmos de novo no sec. XIX, vendo-nos perante equipamentos enferrujados e às sacudidelas no meio de uma poeira acinzentada. É impossível visitar-mos este inferno - "não seria bom para a vossa saúde", garante o assalariado que nos guia - mas vemos trabalhadores a manipular sem luvas materiais muito poluentes ..."
Caro Humberto
ResponderEliminar1. Ser radical significa "defender reformas profundas, essenciais, fundamentais". E, se for necessário, a revolução. Por muito que os defensores do status quo não queiram, a História também tem sido feita com revoluções. Não confundir com o radicalismo — já Lenine o condenava! — que serve apenas de pretexto aos defensores da ordem instalada para esmagarem os movimentos que reclamam um mundo mais justo e solidário…
2. Compreendo que não queiras orientar-te pelo "modelo venezuelano" porque eu próprio, como deves ter lido, defendo que "cada país tem de procurar o seu caminho". Agora dizeres que a Venezuela "chavista" é um país "dos piores em termos de justiça social" é apenas uma opinião subjectiva e de intenção duvidosa e o remate "qual desenvolvimento sustentado" é, no mínimo, revelador de um desprezo intelectual que eu não aceito (sei bem o que é "desenvolvimento sustentado").
Em todo o caso, talvez prefiras o modelo neo-liberal americano, com os seus 4,5% de crescimento, à custa de uma legião de 15 milhões de desempregados, uma dívida externa galáctica de mais de 8 000 triliões de dólares, um défice comercial gigantesco superior a 650 milhões de dólares e uma repartição do rendimento das mais injustas (comparável com a nossa, que é a pior da UE25).
3. Já agora, escusavas de "bater" mais em Cuba! Já chega a maldade que os filhos-da-puta — não consigo falar de outra forma quando vejo "tanta raiva andar à solta" — dos sucessivos governos americanos lhe têm feito, em particular, desde 1962 , com o bloqueio, e mais recentemente, com a famigerada lei Helms-Burton, que pressiona empresas de outros países a fazerem o mesmo.
E não me venhas com essa de que, de Cuba, nem dados temos. Não é verdade; existem sim senhor, na ONU e nas suas agências e outros organismos internacionais. Talvez não tenhas tenpo de procurá-los, agora o que não é é cientifica e eticamente aceitável "mandar bocas". De resto, "não havendo" dados sobre Cuba, não percebo como é que empresários portugueses, como acontece com o nosso conterrâneo da Fapricela, lá investem e criam "joint-ventures". Devem ser loucos, às tantas…
4. "é claro que este presidente não dá jeito nenhum aos EUA"???
Pôrra, meu amigo! Vês sempre o filme ao contrário!… George Bush e a sua Administração (mais do que qualquer outra) — tivesse o democrata Al Gore, que há seis anos foi roubado indecentemente na contagem dos votos, sido empossado presidente dos EUA e o mundo estaria hoje seguramente melhor — George Bush e a sua Administração, como dizia, é que "não dão jeito nenhum" a ninguém: à Venezuela, a Cuba, ao Brasil, à Argentina, ao Chile, à Europa, à África, ao Médio Oriente, ao… Mundo. Faz pura e simplesmente o que lhe apetece: o Direito Internacional, o Tribunal Penal Internacional, o Protocolo de Quioto, é tudo para os outros.
5. Não aceito nenhum tipo de imperialismo. Nem o defunto social-imperialismo soviético, nem o imperialismo americano, que não é menos preocupante e tem sido bem mais devastador que o emergente "imperialismo" chinês, que também não aceitarei, de forma alguma.
O mundo seria bem melhor com nações soberanas que, se não fossem solidárias, pelo menos, se respeitassem. Podes crer!
Só para que não restem dúvidas de que existem dados a revelar a exígua justiça social que existe nos países da américa latina ver HDI Tabela 15
ResponderEliminarCaro Maio eu não apoio, com já referi, as acções e respostas do EUA, apenas tento colocar-me no papel de cada um para tentar compreender as ideias e decisões tomadas por ambos.
Agora temos de ser imparciais na análise por muito que nos custe. É um facto Chavez é um líder nacionalista e populista que se não tiver cuidado com as negociações que fizer pode ter novamente trazer consequências económicas desastrosas para o país. Ele tem de se libertar é do pensamento, e de encontrar novas formas de progredirem no seu desenvolvimento. Um dia o petróleo vai-se e os EUA terão que ir antecipadamente ter com o Canadá junto das nova fonte de petróleo - as areias petrolíferas ao que parece garantem petróleo por mais umas dezenas valentes de anos.
Um abraço
Já somos dois! :-)
ResponderEliminarJá somos dois! :-)
ResponderEliminarDesculpa. O meu computador não anda bom. Comeu o resto do meu comentário :-(
ResponderEliminarDizia que me irritava solenemente chamarem populista a um homem que toma medidas que visam a diminuição da pobresa do seu povo.