sábado, maio 02, 2009

Senhor Primeiro-ministro, tenha vergonha!

Quando alguém obteve a sua licenciatura em engenharia por processos engenhosos, assinou projectos de moradias feitos por outros, comprou a sua casa por quase metade do preço real e a da senhora sua mãe num paraíso fiscal, tem demasiadas telhas de vidro para atirar pedras aos telhados alheios.
Quando esse alguém, como governante, licenciou um gigantesco empreendimento, numa área protegida, em tempo relâmpago, alegadamente, a troco de luvas, então perde toda a autoridade moral para acusar as pessoas de comportamentos, porventura, menos próprios, mas que são o resultado do desespero a que a sua actuação, como primeiro-ministro, as conduziu.
Apesar de todo o foguetório e propaganda, ao fim de quatro anos de mandato, é hoje claro o drama em que José Sócrates mergulhou Portugal: a maior injustiça social e a pior repartição de rendimento da União Europeia, cerca de dois milhões de pobres, mais de meio milhão de desempregados e dois milhões de trabalhadores precários, enquanto a corrupção tem crescido e alimentado obscuros e milionários negócios, e salários chorudos e reformas douradas de gestores e políticos sem escrúpulos.

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