João César das Neves  revela tudo menos ignorância quando afirma que "os que protestam  [leia-se 'os funcionários públicos e os trabalhadores do sector  empresarial'] não são as vítimas da situação". Um professor  universitário de Economia deve saber que isso não é verdade. Deve saber  que os salários reais da função pública, exceptuando 2008, têm vindo a  cair desde 2001, que os salários reais dos trabalhadores das empresas  seguiram a mesma trajectória descendente, que temos mais de um milhão e  meio de trabalhadores precários, que o desemprego não tem parado de  crescer atingindo agora cerca de 700 000 pessoas. Trata-se, isso sim, de  desonestidade intelectual de César das Neves.
O vendedor de banha-de-cobra
Desonestidade que atinge a  mais indecorosa má-fé quando o "professor" chega ao cúmulo de acusar os  trabalhadores e as suas organizações de, com os seus protestos e  reivindicações, serem "os responsáveis pela crise". "Esquecendo" que  quem a causou foram especuladores financeiros, banqueiros sem escrúpulos  e gestores milionários irresponsáveis, ao substituírem a economia real por  uma "economia de casino". "Esquecendo" que os governos esbanjaram milhões  para "salvar" o sistema financeiro sem cuidar do retorno do crédito às  empresas e às famílias. "Esquecendo" que, ainda agora, o PEC continua a  adoptar as "corajosas" receitas de sempre — congelamento de salários e  pensões, redução do subsídio de desemprego (dos que o recebem!),  extinção dos benefícios fiscais com as despesas de saúde e de educação —  enquanto a fraude e evasão fiscal é premiada com  o perdão fiscal e as  mais-valias bolsistas continuam isentas de tributação.
João César  das Neves pode vender a banha-de-cobra que quiser nas aulas mas isso não  faz dele um verdadeiro professor. Antes um demagogo e propagandista  escondido com o rabo de fora. Não vale a pena perder mais tempo com o  homem.
 
De facto o tempo que se perde com os sabujos é como se diz "perolas a porcos" contudo, temos de conhecer com quem lidamos.
ResponderEliminarQue o sonho de que um dia acordamos, nunca acabe
luzia