A plataforma sindical dos professores afirma que os primeiros dados sobre a adesão à greve de hoje apontam para valores acima de 90 por cento, em todo o país, o que não anda longe daquilo que foi constatado pela insuspeita Lusa, numa ronda por diversos estabelecimentos de ensino — escolas de todo o país a começarem o dia sem aulas ou a funcionarem a meio gás.
Já o Ministério (dito) da Educação, num exercício que seria delírio puro, se não se tratasse, uma vez mais, de uma consciente manobra de ocultação da realidade e de propaganda política, tenta-nos fazer engolir que a greve registou apenas uma adesão de 41 por cento e obrigou ao encerramento de 27 por cento das escolas e agrupamentos. E o secretário de Estado da "Educação", em mais uma das suas habituais sessões de calhoada, afirma ter "muita dificuldade em compreender" estas acções, insistindo na mentira de que os professores não querem ser avaliados e queixando-se de que a greve às aulas assistidas é um boicote à avaliação de desempenho.
Não há dúvida. Os professores terão de continuar a explicar às mentes monolíticas do M"E", de forma paciente mas determinada, como fazem com os seus alunos, que o que de todo recusam é a "avaliação docente", o "estatuto profissional" e a "política educativa" que a pedreira instalada no ministério da 5 de Outubro quer obstinadamente impor.
Estou certo que o farão. E, com isso, todos ficarão a ganhar: não apenas os professores mas, mais do que eles, o País.
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