Afinal os 139 presidentes dos conselhos executivos reunidos em Santarém resolveram adiar o pedido de demissão.
Optaram por "solicitar uma audiência à ministra da Educação a fim de pedir a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores", propósito que se nos afigura pouco menos que surrealista pois, por um lado, vai ser difícil encontrar Maria de Lurdes Rodrigues, em quem há muito tempo ninguém consegue pôr a vista em cima e, por outro lado, à semelhança de centenas de petições que esbarraram na prepotência da 5 de Outubro, a esta acontecerá, oxalá esteja enganado, o mesmo.
Num momento em que os professores são ameaçados e coagidos pelo governo como em 35 anos de democracia alguma vez se viu, esperava-se um pouco mais de coragem e de determinação daqueles cujos mandatos lhes foram confiados pelos seus colegas, se ainda os consideram como tal, tanto mais que não é somente a avaliação perversa a que querem submeter professores que está em causa, mas sobretudo os seus nefastos efeitos no funcionamento da Escola Pública.
Enfim, registe-se que "a análise da resposta [da Ministra (!)] e de outras medidas a tomar será feita numa segunda reunião, marcada para 7 de Fevereiro". Veremos então se haverá a coragem que agora faltou e se a coerência não será uma palavra vã!…
Até lá, os professores têm de continuar a resistir. Só assim serão dignos da profissão, chamemos-lhe antes missão, que desempenham. Só assim serão um exemplo de cidadania e uma referência ética para os seus alunos. Sem isso não há Educação.
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