Em vez de incentivar e aproveitar a aplicação da poupança  interna em certificados de aforro e títulos do tesouro, Portugal preferiu pôr-se a jeito das agências internacionais de ‘rating’ e contrair o crédito no  exterior, assistindo agora, de dia para dia, ao aumento dramático do  risco de incumprimento da sua dívida.
Ao  contrário, em vez de recorrer aos mercados internacionais para encaixar  dois mil milhões de dólares com a venda de obrigações, Angola vai  tentar obter esse montante no mercado doméstico, onde os estrangeiros  poderão participar .
Se todos fizéssemos como os angolanos e mandássemos as criminosas e  irresponsáveis agências de rating privadas à m**da ou se as instituições  públicas internacionais criassem agências de rating sob o seu controlo,  não estaríamos agora com a faca nas costas. Mas, para isso, seriam  precisas coragem e vontade políticas que, de um modo geral, os governos  não têm. Preferem ajoelhar-se perante a voragem insaciável dos  banqueiros e dos especuladores. E depois nós é que pagamos as favas.
Que bom que é, Os Sobreviventes, Sérgio Godinho

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