sexta-feira, fevereiro 12, 2010

A saída (para a crise)

Não há dúvida. A clique dirigente do PS está muito mais preocupada com a sua consolidação e eternização no poder do que com o combate à crise de que em parte também é responsável. Apesar de estarmos em democracia , ainda que apenas formalmente (ou nem isso), é o regresso às tácticas salazaristas do controlo dos meios de informação e da promiscuidade do poder político com os grandes grupos económicos.
Por isso, perante uma avalanche de indícios que revelam isso mesmo, eles assobiam para o ar e afirmam, com cinismo maquiavélico, que a "substituição de Sócrates resolve-se nas eleições". Sabem que, estranhamente, diga-se, as sondagens lhes continuam a ser favoráveis e alimentam a secreta esperança de reconquistar a maioria absoluta.
Mas este não é um problema de legitimidade democrática. O PS tem uma maioria, relativa, é certo. Exige-se-lhe, por isso, que governe, em nome do interesse colectivo (que não será exactamente o dos grandes grupos económico-financeiros).
Este é um problema de evidente falta de ética política e democrática de um cidadão que, por esse facto, não pode continuar a ser Primeiro-ministro e assim contribuir para o descrédito do país e o aprofundamento da crise que deveria ser o primeiro a procurar resolver.
Este é um problema que só o Presidente da República poderia solucionar, demitindo José Sócrates e indigitando uma nova personalidade do partido mais votado a formar governo. Mas tenho dúvidas que Cavaco o faça. Por calculismo, fraqueza ou seja lá por que razão for. Veremos.

Grândola Vila Morena, Filhos da Madrugada Cantam José Afonso (1994), Vários

2 comentários:

  1. "LIVRA-TE DO MEDO" - JOSÉ AFONSO
    -
    "Olha o sol que vem nascendo, anda ver o Mar..."

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  2. Só há uma forma de combater acrise:
    - é livrarmo-nos do medo!
    (com tantos e tão bons MESTRES, nem percebo porque ainda estamos neste estado de dormência absolutamente comatoide...)

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