segunda-feira, abril 13, 2009

O regresso da polícia de costumes

Nos últimos tempos, a corrupção tem aumentado assustadoramente, o tráfico de influências progride com descarada impunidade e o enriquecimento ilícito parece não constituir uma preocupação para a maioria governamental. São problemas gravíssimos que, a não serem implacavelmente combatidos, jamais permitirão que o país venha algum dia a ser minimamente justo e desenvolvido e a sua resolução exige, por esse facto, uma vontade política e uma coragem que o actual governo, de modo algum, tem vindo a demonstrar, sobretudo quando se trata de enfrentar os interesses dos poderosos.
É, na verdade, mais fácil proibir o uso de saias curtas, decotes exagerados, gangas e perfumes agressivos, bem como de saltos altos e roupa interior escura às funcionárias de forma a, alegadamente, dar uma imagem de "qualidade" ao serviço público e contribuir para a modernização administrativa (parece-me que que apenas se esqueceram de impor novamente o uso das mangas de alpaca!).
A decência e a seriedade têm andado cada vez mais arredias da administração pública e da governação. É uma realidade.
Mas não é seguramente com operações de cosmética que tresandam a bafio que a administração pública e o país ganharão em transparência e modernidade.

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