quinta-feira, maio 22, 2008

Bandeiras pretas

Somos um país pobre.
Sempre o fomos, aliás (apesar da nossa grandiosa história recheada de feitos gloriosos, heróis valentes e marinheiros destemidos). E não é por sermos um pequeno país (outros bem mais pequenos do que nós conseguem desenvolver-se). É, antes, por nos deixarmos abater pelo fado. E estarmos sempre à espera de um qualquer D. Sebastião. Ou de um salvador da pátria, chame-se ele Salazar, Cavaco ou Sócrates.
Somos pobres. É inquestionável. Mas pior é sermos o país mais injusto e desigual da União Europeia. Aquele onde os pobres são mais pobres e os ricos, mais ricos. Isso é que é de todo inaceitável. Sobretudo com um governo que, dizendo-se socialista, tinha a obrigação política de combater a desigualdade e promover a justiça social.

Entretanto, a milionária selecção portuguesa de futebol prepara-se para a fase final do campeonato da Europa. E os tugas, como se estivessem a viver no melhor dos mundos, aprestam-se a engalanar as suas janelas com bandeiras nacionais.
Ora, parece-nos que, se temos razão para manifestar alguma coisa, só pode ser o nosso profundo descontentamento com o (des)governo e a injustiça deste pobre país. E, para isso, nas nossas janelas, em vez de bandeiras verde-rubras, o que deveremos pôr são bandeiras… pretas. Vamos a isso?

1 comentário:

  1. Penso que se juntassemos as duas, talvez não fosse pior.
    "Homero"

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