1.
O problema não é um primeiro-ministro não ser engenheiro ou licenciado no que quer que seja.
O problema é fazer-se passar por tal, como todas as notícias até agora publicadas levam a supor.
Se isso for efectivamente verdade, depois do rigor e seriedade que exige aos outros, parece que só restará mesmo a José Sócrates fazer duas coisas: pedir desculpas e apresentar a demissão.
2.
A nomeação de alguém devidamente qualificado e da confiança política do Governo para o conselho de administração de uma empresa pública não é um problema nem deve constituir motivo de polémica.
Problema, que pode atingir foros de escândalo, é quando essa nomeação recai em comissários políticos sem a adequada experiência profissional, cuja habilitação académica, ainda por cima, poderá ter sido obtida de forma, no mínimo, pouco transparente, como parece ser o caso de Armando Vara.
Estamos ainda longe — ou talvez não… — de perceber os verdadeiros contornos da dependência da Universidade (In)dependente!…
Mas, esse sempre foi o problema desde o início, embora quisessem e disseram que um diploma, ou o tratamento de Dr. ou Eng. fosse coisa de provincianos. Ora como não sou, nem nunca fui a favor de tratamentos diferenciados, em função da escolaridade obtida, mas que o reconhecimento social fosse adquirido pela ética e pela solidez de princípios, coisa hoje impensável, do indivíduo. O quererem tornar a questão numa mera questão de provincianismos, pensei, e penso, que a recuperação, apressada, da palavra "provinciano", tão em voga na Capital do reino, (que eu sou alfacinha e conheço bem os contornos desta questão) quando queria designar o "resto do país" sobre a questão "diploma" deixou subentender um fenómeno "iceberg", no qual os iniciais contornos apenas afloravam a borda da verdadeira questão. E, para finalizar, que já longo vai o comentário caro "Maio", tendo-me licenciado, por " amor à camisola" do conhecimento e do saber, como trabalhador - estudante, ofende-me a forma como estes assuntos se resolvem desta forma. E essa forma a que me refiro, que aborda a prosmicudade entre poder e ensino superior privado´, apenas a qualifico como TRAFULHICE e falta de princípios eticos enquanto politicos e seres humanos. E não retiro uma vírgula ao que afirmo, sejam quais forem os desenvolvimentos do caso.
ResponderEliminarUm Abraço.
Vivemos num paradoxo da formação. Se por um lado queremos aumentar o nível de formação, porque só assim se pode conseguir atingir metas de desenvolvimento, por outro ela é vista (com maior incidencia na formação especializada) como um factor de despesa quando se recrutam pessoas.
ResponderEliminarCOntinua a ser algo que se deve conseguir apenas para se abrirem portas, e para se justificarem os famosos "titulos". A função pública nisto dá um péssimo exemplo. A importância que ainda se dá aos títulos académicos no estado é sómente a demostração do atraso em que ela se encontra na gestão de recursos humanos.
É necessário ver estas questões esclarecidas, certamente. Mas mais importante é o governo trabalhar no sentido de desconstruir esta imagem de farsa na qualificação dos seus recursos.