sexta-feira, março 03, 2006

Confusão na universidade portuguesa

A confusão na universidade portuguesa vai continuar por mais alguns anos.
A previsão é do Reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, que lamenta a forma como o Governo legislou sobre o enquadramento do Processo de Bolonha, atirando para as instituições a responsabilidade de definir conceitos — designações, duração e critérios de acesso aos cursos — que deveriam ser objecto de conveniente regulação.
Segundo Seabra Santos, não é por haver sistemas regulados que, em países europeus com os quais Portugal se gosta de comparar, a autonomia universitária sai beliscada.
É graças à regulação que nesses países não é possível “que cada instituição invente um nome diferente para cursos cujo conteúdo nuclear está padronizado”, como acontece em Portugal, onde existem 1.800 licenciaturas com 825 designações distintas.
É graças à regulação que nesses países não é possível “que um mesmo curso tenha durações diferentes” de escola para escola, “ou que uma escola de Engenharia possa decidir que os seus estudantes não precisem de saber matemática à entrada”.
De tudo isto (e muito mais, como por exemplo, o corte orçamental de 2,6 milhões de euros, o maior dos últimos dez anos) falou, na abertura da sessão solene do 716.º aniversário da Universidade de Coimbra, o seu Reitor. Magnífico!

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